QUE EU POSSA, POR FIM, MINHA DOR ESQUECER

Atrofia, fatídico, o meu paralitico cérebro,
Sufocando-me à ruína do que sobrou de mim,
O tempo - baldia ciência - lei que define o fim:
 _Aparta-me, logo, o SER, condane-me a Érebo!

Ah! Miserável existência - essência das odisseias -
Obriga-me a não te querer, porque eu te renego!
E afrontando-te, ao calor de tua trama, me entrego
Ao vazio do êxodo das nossas ideias...

Ah! Quando o grito ecoar na casca do que um dia fui:
Que não sobre memorias - razão para sofrer;
Que não reste mentiras - mal que à alma polui!

Que o manto insalubre me abrace e, ao fazer,
me liberte do inferno, que a larva conclui... 
_Que eu possa, por fim, minha dor esquecer!

Itamar FS

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