Thaís Fontenele
Escrevo poesia, porque de nada o mundo tá cheio e eu apenas ressignifico os nadas.
Parnaíba, Piauí
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Criança nordestina
Toda infância nordestina, começa numa rede,
balanço pra cá, balanço pra lá,
e essa rede, nunca para de balançar,
não importa a idade, irá sempre ter uma rede pra te sossegar.
A criança joga o pião, a baladeira e a peteca,
corre numa rua de pedra, o calçamento tira tora do pé,
arranca a unha, causa frieira,
quebra até as veias de tanto pular de pé de árvore.
Quando a noite bate,
lá vem a mãe mandando passar pra dentro de casa,
nas frieiras da lama, vêm o pingo de vela,
e haja pingo de vela pra dar jeito.
Na rua, as crianças se unem pra brincar de pega-pega,
cola, morto-vivo, pique-esconde,
pra fazer amarelinha na rua com pedra,
pra correr dos cachorros da vizinhança.
Quando a tarde cai,
e a noite vem chegando, todo mundo passou pra dentro de casa,
na mesa tem o cuscuz, a tapioca e o café com leite,
suco de caju, acerola e laranja, horas depois o sono chega.
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