Judith Teixeira
Judite dos Reis Ramos Teixeira, Judith Teixeira, ou Lena de Valois foi uma escritora e poetisa portuguesa. Publicou três livros de poesia e um livro de contos, entre outros escritos. Em 1925 lançou a revista Europa, de que saíram três números. Exemplares do seu livro Decadência (1923) foram apreendidos, juntamente com os livros de António Botto (Canções) e Raul Leal, e mandados queimar pelo Governo Civil de Lisboa na sequência de uma campanha, liderada pela conservadora Liga de Acção dos Estudantes de Lisboa, contra "os artistas decadentes, os poetas de Sodoma, os editores, autores e vendedores de livros imorais".
1880-01-25 Viseu
1959-05-17 Lisboa
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Alguns Poemas
Biografia
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Livros
«Eu fui ninguém que passou,eu não fui, nunca me vi...Fui asa que palpitou –Eu só agora existi.»Poetisa e novelista, ligada aos movimentos decadentista e fin-de-siècle. Comparada a Mário de Sá-Carneiro pela sua poética de interioridade modernista. A sua primeira aparição na vida literária fez-se através da publicação, na revista Contemporânea, de José Pacheco, do sonetilho «Fim», que provocou escândalo. António Manuel Couto Viana considera a sua poesia «[...] nocturna, dionisíaca, que poucas vezes a alegria solar veste de luz», e vai mais longe, afirmando mesmo acerca da sua personalidade: «A sombra devia ser-lhe propícia ao nascimento».Em 1926, na conferência De Mim, Judite Teixeira refere-se à apreensão da sua obra Decadência, que parece ter sido resultado de uma pressão feita pelos estudantes das escolas superiores de Lisboa sobre os livreiros e a que o Governo Civil de Lisboa respondeu, apreendendo várias obras de autores como António Botto (que influenciou de forma evidente a poética de J. Teixeira), Fernando Pessoa e Raul Leal. Este movimento estudantil levantou-se contra a denominada «ditadura de Sodoma», em que esta poetisa se incluía, quer pela homossexualidade expressa, quer pela confissão pública do seu amor à morfina, droga a que chamava «a minha amante», incluídas na sua poesia. Ainda na mesma conferência, não esconde a influência de Valentine de Saint-Point, identificando-se com a máxima: «A luxúria é uma força!»Os seus trabalhos literários surgem imbuídos de um dramatismo aliado a um frenesim pagão, numa escrita simultaneamente amorosa, sensual, narcisista e decadente, onde aflora por vezes um leve misticismo, embora pouco cuidado ao nível formal. No conjunto da sua obra subjaz uma personalidade poética original, que a leva a ser considerada a nossa única poetisa «modernista».Fundou e dirigiu a revista Europa, de que sairam três números, em 1925.Em 2019 a Câmara Municipal de Viseu instituiu, em parceria com a editora Edições Esgotadas, o Prémio de Poesia Judith Teixeira cuja 1ª. edição se realizou em 2020.Nota: Segundo outras fontes, terá nascido em 25 de janeiro de 1880.
Ver também
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10/maio/2018
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