António Maria Lisboa
António Maria Lisboa Júnior foi um poeta português.
1928-08-01 Lisboa
1953-09-11 Lisboa
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Escritor e poeta português, natural de Lisboa. Foi, com Mário Cesariny de Vasconcelos, um dos representantes e fundadores do surrealismo nacional, tendo colaborado, em 1949, na primeira manifestação pública desse movimento e na primeira exposição surrealista portuguesa. Nesse mesmo ano, e em 1951, esteve em Paris, sendo essas duas estadfas propiciadoras de estímulo para a sua produção literária.
Colaborador das publicações República e Árvore, dele foram editados Erro Próprio (1950), Ossóptico (1952), Isso Outrem Único (1953), (1953, em colaboração), A Verticalidade e a Chave (1956) e Exercício Sobre o Sonho e a Vigília de Alfred Jarry, Seguido de O Senhor Cágado e o Menino (1958). Em 1977, foi publicada (edição de Mário Cesariny) uma recolha dos seus poemas, com o título Poesia de António Maria Lisboa.
Já com a publicação das suas primeiras obras se impôs como poeta lírico, associando-se, no entanto, nos seus poemas, a correcção de estilo à pesquisa de práticas de escrita como o automatismo. Desprende-se dos seus textos um visionarismo e uma transcendência da realidade intimamente ligados à transfiguração da linguagem comum.Nasce em Lisboa, a 1 de Agosto de 1928. Frequenta o Ensino Técnico. A partir de 1947 forma com Pedro Oom e Henrique Risques Pereira um pequeno grupo à parte das actividades dos surrealistas. Em Março de 1949, parte para Paris, onde permanece por dois meses. Datam provavelmente daí os seus primeiros contactos com o Hinduísmo, a Egiptologia, com o Ocultismo em geral. De volta a Lisboa, colabora com poemas e desenhos de títulos estranhos ( Pequena Históra a Mais Fantástica dos Amorosos, Marfim Peixe, etc.) na qual se chamou «1 Exposição dos Surrealistas», do grupo dissidente. A partir dessa altura, a amizade com Mário Cesariny acompanhá-lo-ia até aos últimos dias. Em 1950 colabora na redacção de vários manifestos e, em carta a Cesariny, faz as primeiras declarações com referência aos objectivos do movimento surrealista. Apesar da aproximação, Lisboa prefere intitular-se «metacientista», e não surrealista, porque, argumenta, numa carta a Mário Cesariny, a «Surrealidade não é só do Surrealismo, o Surreal é do Poeta de todos os tempos, de todos os grandes poetas». Morreu de tuberculose com 25 anos.
Obras: Ossóptico, 1952; Isso Outrem Único, 1953; Afixação Proibida (em colaboração com Mário Cesariny), 1953; Poesia de António Maria Lisboa (edição de Mário Cesariny), 1977.
Adaptado de «Poesia de António Maria Lisboa» – texto estabelecido por Mário Cesariny de Vasconcelos, Lisboa, assírio & alvim, p. 345.