Renato Rezende

Renato Rezende

1964-04-08 São Paulo
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[Abgrund]

Tudo vale a pena

Tout enfant, j’ai senti dans mon coeur deux sentiments
contradictoires: l’horreur de la vie et l’extase de la vie.

Abyssus infinitudinis

Imagino usar sempre um hábito azul.

Caitanya Atman

Tudo é consciência

Caitanya Caitanya

A poesia em chamas

incapaz de explicar sua própria estranheza

[Poesia]

Arrombar a roda da linguagem.

UM DIA EU SILENCIO

Eu confundo vida e morte?

A morte não é.

Volta: um salto para a terra.

A linguagem são todas as máscaras.
O silêncio profundo é essa balbúrdia.

Poesia:

Eu me enlaço com o mundo pelo amor.

O prazer aos porcos, eu quero o amor.

Tudo o que está acontecendo não está acontecendo comigo.

(escrevo no escuro, olhos atentos, sem enxergar nada
no leito do papel
sombras)

Abyssus infinitudinis

A sensação de que todo o meu dia—toda a minha vida—está sendo mastigada, na boca, e depois regurgitada: enfim apta para ser vivida.

como se purificada, humanizada, feita ouro

Em casa, uma coleção de bocas
dentes
pernas
olhos

(a coisa mais linda
são olhos de gente)

ninguém de fato existe—fragmentos

coletados

colados por algum tempo, só aparência

o conteúdo é sempre o mesmo

cacos de espelho

o mundo inteiro meu espelho

eu não sou inteligente.

A inteligência é que pousa em mim, pensando.
O pensamento é que se pensa.

Sou todas as Consciências.

Doidivanas

Indivíduo imprudente, estouvado; adoidado, doidelo, girolas.

E agora?

Cala a boca e trabalha.

[Cala a boca e ama]

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