António Ramos Rosa
António Victor Ramos Rosa, foi um poeta, português, tradutor e desenhador. Ramos Rosa estudou em Faro, não tendo acabado o ensino secundário por questões de saúde.
1924-10-17 Faro
2013-09-23 Lisboa
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Génese
Ouço dentro da água as calmas revoluções
e vejo os músculos de um texto em ritmo de ressaca.
Este é o rigor primeiro de um turbilhão compacto.
Todas as relações vibram enquanto a luz respira.
Um espaço se descobre onde não havia espaço.
Largos caminhos nascem sob o pulso do vento.
Uma cabeça límpida deambula entre as artérias verdes.
O que eu amo é a sede e o rigor do esquecimento.
A vista quase se apaga numa visão tão nua.
Os gestos e os aromas ondulam entre as sombras.
Que rumores tão lisos, que silêncio vegetal!
Talvez dentro do ouvido azul de um deus.
Um corpo germina em movimentos de palma.
Outro se consome numa folhagem de fogo.
Outro dorme como uma arma branca sobre a areia.
e vejo os músculos de um texto em ritmo de ressaca.
Este é o rigor primeiro de um turbilhão compacto.
Todas as relações vibram enquanto a luz respira.
Um espaço se descobre onde não havia espaço.
Largos caminhos nascem sob o pulso do vento.
Uma cabeça límpida deambula entre as artérias verdes.
O que eu amo é a sede e o rigor do esquecimento.
A vista quase se apaga numa visão tão nua.
Os gestos e os aromas ondulam entre as sombras.
Que rumores tão lisos, que silêncio vegetal!
Talvez dentro do ouvido azul de um deus.
Um corpo germina em movimentos de palma.
Outro se consome numa folhagem de fogo.
Outro dorme como uma arma branca sobre a areia.
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