Fernando Pessoa
Fernando António Nogueira Pessoa, mais conhecido como Fernando Pessoa, foi um poeta, filósofo e escritor português. Fernando Pessoa é o mais universal poeta português.
1888-06-13 Lisboa, Portugal
1935-11-30 Lisboa
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II - A Guerra!
II
A Guerra!
Desfilam diante de mim as civilizações guerreiras...
As civilizações guerreiras de todos os tempos e lugares...
Num panorama confuso e lúcido,
Em quadras misturadas e não misturadas, separadas e compactas, mas só quando
Em desfile sucessivo e apesar disso ao mesmo tempo,
Passam...
Passam e eu, eu que estou estendido na erva
E vi os carros passarem, passarem — cessarem depois para nós mesmos
Vejo-os e o meu espanto nem é muito calmo nem interessado
Nem os vê nem os deixa de ver,
E eles passam por mim como um pó ou leve vento sobe pelos ares.
Ah a pompa antiga, e a pompa moderna, os uniformes dos engenhos de guerra,
A fúria terna e [...] dos combates
Os mortos sempre a mesma misteriosa vida — o corpo no chão (e o que é o mundo, afinal, e aonde?)
A ferida [...]
E o céu, o eterno céu insensível sobre isso tudo!
A Guerra!
Desfilam diante de mim as civilizações guerreiras...
As civilizações guerreiras de todos os tempos e lugares...
Num panorama confuso e lúcido,
Em quadras misturadas e não misturadas, separadas e compactas, mas só quando
Em desfile sucessivo e apesar disso ao mesmo tempo,
Passam...
Passam e eu, eu que estou estendido na erva
E vi os carros passarem, passarem — cessarem depois para nós mesmos
Vejo-os e o meu espanto nem é muito calmo nem interessado
Nem os vê nem os deixa de ver,
E eles passam por mim como um pó ou leve vento sobe pelos ares.
Ah a pompa antiga, e a pompa moderna, os uniformes dos engenhos de guerra,
A fúria terna e [...] dos combates
Os mortos sempre a mesma misteriosa vida — o corpo no chão (e o que é o mundo, afinal, e aonde?)
A ferida [...]
E o céu, o eterno céu insensível sobre isso tudo!
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