Álvaro Feijó

Álvaro Feijó

Álvaro de Castro e Sousa Correia Feijó tendo falecido de tuberculose quando ainda não completara os vinte e cinco anos de idade.

1916-07-05 Viana do Castelo, Portugal
1941-03-09 Coimbra
10402
0
13


Alguns Poemas

Varina

Eu mudei de pincel e de paleta
— embora seja a mesma a tinta com que escrevo —
mas mudei, que, de repente,
surgiste diante de mim.
Não é que me perturbes, mas eu sinto
que alguma coisa me comove ao ver-te.
Não é que te examine, porque sei
que me é quase impossível,
que me é mesmo impossível descrever-te.
A tua história, sim? A história que se repete
e é sempre nova porque há sempre gente
que nunca a ouviu
ou que não a quis ouvir.
O cais viu-te nascer!
Corrias, loucamente, pelas retas
intermináveis dos paredões
de cimento e granito,
e em caixotes com cheiro de sardinha
fazias tabogan das lingüetas
— o tabogan dos parques infantis
que não pudeste ver.
Assim, faminta e seminua
mas livre como os peixes
fizeste-te mulher!
Depois foi o correr das ruas da cidade,
enrouquecendo a gritar:
— "Quem merca os camarões" ...
Depois um que voltou da Terra Nova
e te olhou como fera sequiosa
de carne,
quando o lugre, ao chegar, entrou na doca.
Depois o inevitável!
O luar...
A Senhora dAgonia...
A quentura de Agosto...
E, então,
não era só o peso da canastra,
era o peso dum filho
e a fome de dois para matar,
até que o lugre voltasse
e se esquecesse
o calvário da luta...
Um dia no intervalo da campanha
o sexo falou mais alto
e o coração calou.
Foste dum outro homem e, depois,
de dois,
de três.
Quando ele voltou
encontrou-te perdida
e tu perdeste-o.
Hoje, num outro porto, ainda gritas
o teu pregão.
Quando um homem te encontra fora de horas,
para ele foi sempre um bom encontro...
e. . . "até mais ver" ...
Vês! Eu sei a tua história...
(Há tantos que a não sabem!)
E, no entanto,
Dum homem só ou de cem,
num porto do meu país ou num porto de Islândia
Tu surgiste aos meus olhos
como a mesma mulher.

Poeta. De seu nome completo Álvaro de Castro e Sousa Correia Feijó, iniciou os seus estudos no colégio dos Jesuítas de A Guarda. Oriundo de uma velha família do norte do país, foi educado nos severos princípios aristocráticos. Em Coimbra, para onde foi frequentar a Faculdade de Direito, conseguiu ultrapassar o confessionalismo poético de recorte romântico de António Nobre, Guerra Junqueiro e António Feijó, seu tio-avô, inclinando-se para um humanismo prático e directo que tanta importância teve na formação mental da geração literária a que pertenceu, sobre a qual os acontecimentos históricos actuaram decisivamente: fascismos europeus e Guerra Civil de Espanha. A sua poesia permanece todavia fiel à disciplina dos mestres portugueses da segunda metade do século XIX, mesmo quando envereda pela expressão livre da poesia moderna e desmancha as fórmulas tradicionais. Publicou em vida um único livro de versos, Corsário, 1940, além de colaborar esporadicamente no semanário O Diabo. A sua originalidade e a inversão formal que operou nas suas produções colocaram-no desde logo no âmbito do grupo coimbrão do Novo Cancioneiro, que lhe dedicou um volume que compreendia a reedição integral do Corsário, toda a produção que se destinava a um futuro livro deixado incompleto (Diário de Bordo) e uma escolha dos seus primeiros versos, sob o título Os Poemas de Álvaro Feijó, 1941. Considerado, portanto, um dos inequívocos pioneiros do neo-realismo poético por Joaquim Namorado, Carlos de Oliveira e João José Cochofel, seus contemporâneos.
Sonetos de Amor da Hora Triste de Alvaro Feijó por Maria Barroso
Álvaro Feijó :: Natal / Por Mário Viegas
Alvaro Feijó por Maria Barroso
alvaro feijó
Alvaro Feijo Poema de Março 1937
Lousada: Manuel Alegre assinala centenário do nascimento de Álvaro Feijó
POEMA , "OS DOIS SONETOS DE AMOR" , DE ALVARO FEIJÓ,
LEITURA DE POESIA - Carlos de Oliveira, Afonso Duarte, Álvaro Feijó, Gastão Cruz e Mário Dionísio
10-01-2017 | Voz de Maria Barroso a declarar poemas de Álvaro Feijó
VECINO DE LAGO MERIN ALVARO FEIJO SIENTE FRUSTRACIÓN POR RECHAZO A PROYECTO DE MIRADOR
Dois Sonetos de "Amor da Hora Triste" | Maria Barroso a Mário Soares
2017-01-10 | A despedida de Mário Soares pela voz de Maria Barroso
Poesia de Maria Barroso para Mario Soares
O Amor E O Tempo | Poema de António Feijó com narração de Mundo Dos Poemas
Emoção, comoção e saudade no adeus ao pai da Democracia
A Cidade Do Sonho | Poema de António Feijó com narração de Mundo Dos Poemas
Randy Feijoo, Daniela Darcourt - Medley Marc Anthony
Abi Feijó: "A animação portuguesa está a passar por uma fase muito dinâmica"
Grande Prémio de Poesia de António Feijó
António M. Feijó
Mário Viegas - Natal
Randy Feijoo - Nada Se Compara Contigo
Ideal - Antonio Feijó
Mário Viegas viaja de Metropolitano
HINO À DOR | António Feijó (Dose Literária) # 222
Lançamento - E Assim Sucessivamente | António M. Feijó
Fernando Pessoa (as Álvaro de Campos) by João Reis
LOS FEIJOO ORQUESTA - MEDLEY SALSA ROMANTICA (SESION EN VIVO - UNA FAMILIA MUSICAL)
JOSÉ MARIA ALVES - ANTÓNIO FEIJÓ - EU E TU
LOS FEIJOO - RANDY FEIJOO - MEDLEY SALSA 04
Randy Feijoo - Hola Soledad
MEDLEY SALSA - LOS FEIJOO ORQUESTA
LOS FEIJOO ORQUESTA - MEDLEY FIESTA #2
LOS FEIJOO ORQUESTA - MEDLEY FIESTA #1
MEDLEY REGUETON - LOS FEIJOO ORQUESTA
Randy Feijoo, Amy Gutierrez - Hasta Que Me Olvides
Randy Feijoo, Amy Gutierrez - Mi Persona Favorita
Amy Gutiérrez ft. Johnny Lau – A puro dolor (Unplugged)
MEDLEY SALSA PERU - Amy Gutierrez - Daniela Darcourt - Farik Gripa - Randy Feijoo
MEDLEY ARMONIA 10 - RANDY FEIJOO - LOS FEIJOO
MEDLEY ROCK - RANDY FEIJOO - LOS FEIJOO
Medley Salsa Romantica 2
GANGSTA DENUNCIA DIRECTOR DO SIC EUGENIO LABORINHO, JLO E CARLOS FEIJÓ😱😱😱🔥🔥
CASO UTOPIA - REPORTAJE PRIMER IMPACTO (UNIVISION)
Randy Feijoo se lució al cantar “Todo mi corazón” - La Voz Perú
Entrevista (íntegra) a Feijóo en 'Hoy por Hoy' en la Cadena SER (08/04/22) | EL PAÍS
Pessoa Ressoa - Ciclo de Conferências
Manos De Tijera - Jeinson Manuel Videoclip Oficial
Randy Feijoo - Este Salud Va por Ti
Emmanuel quedó muy sorprendido por la excelente interpretación de su imitador

Quem Gosta

Seguidores