Nau das Descobertas

Cantar
o agri-doce fado
dos que por destino têm
vastíssimos
os campos do mar

Velas, quilhas, mastros,
oceano a condição,
mas na bruma se perdeu
a seda, o ópio a canela
e o sonho imperial que no tempo
se esfumou.

Olhos de fogo cravados
no adensar dos nevoeiros
filhos deste mar tão perto
na orla das praias cansamos
as viagens adiadas,
e a espera do Encoberto

Navegar é preciso!
por dentro do corpo que respira
rente a este chão que somos
nova Nau das Descobertas
rumo a si, porto e destino…

Ausentes a Cruz de Cristo
o arcabuz e os grilhões
encontraremos ainda

esse longe que buscámos,
não na lança do inimigo
mas no regresso ao destino
da língua- mater e o mar
nos tornar tão só iguais.

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