Lágrimas de Cera
Quando Estela morreu choravam tanto!
Chovia tanto nessa madrugada!
— Era o pranto dos seus, casado ao pranto
Da Natureza — mãe desventurada
Ninguém podia ver-lhe o rosto santo,
A fronte nívea, a pálpebra cerrada,
Que não sentisse logo, em cada canto
Dos olhos uma lágrima engastada !
Ah! ... não credes, bem sei, porque não vistes!
Mas, quando ela morreu, chorava tudo!
Até dois círios, lânguidos e tristes,
Acendidos à sua cabeceira,
Iam chorando, no seu pranto mudo,
Um rosário de lágrimas de cera!
Chovia tanto nessa madrugada!
— Era o pranto dos seus, casado ao pranto
Da Natureza — mãe desventurada
Ninguém podia ver-lhe o rosto santo,
A fronte nívea, a pálpebra cerrada,
Que não sentisse logo, em cada canto
Dos olhos uma lágrima engastada !
Ah! ... não credes, bem sei, porque não vistes!
Mas, quando ela morreu, chorava tudo!
Até dois círios, lânguidos e tristes,
Acendidos à sua cabeceira,
Iam chorando, no seu pranto mudo,
Um rosário de lágrimas de cera!
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