Jonas da Silva

1880-12-17 Parnaíba
1947-06-05 Manaus
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Vesperal

Erma tarde litúrgica em declínio...
Há no espaço uma estranha barcarola
E o cadáver do Sol em nuvens rola,
O apunhalado príncipe sanguíneo.

Que na terra haja o luto, haja o assassínio
Mas ao crente amedronta e desconsola
O crime junto aos céus, junto à corola
Das estrelas — as rosas de alumínio.

Logo depois que os mármores vetustos
Desças, ó Noite, do pesar, dos sustos,
Depois que as asas de albatroz envergues,

Há de a Lua surgir pálida e etérea,
A Lua, a triste lâmpada sidérea,
O sorriso do azul para os albergues.

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