Alfredo Castro
Alfredo de Miranda Castro. Transferido para o Ceará logo após sua formatura em Direito, por volta de 1895, foi juiz no Aracati, vindo mais tarde a exercer o cargo de Procurador da República . Aqui produziu o melhor de sua obra, e publicou De Sonho em Sonho (1906), livro. que só muito vagamente deixa entrever o artista impecável que seria mais tarde. Seus poemas parnasianos compõem um livro que permanece inédito, Ocaso em Fogo. É autor ainda da conferência O Poeta e a Poesia (1913), e praticava também o estud·o crítico. Pertenceu à Academia Cearense de Letras .
1873-11-30 Pernambuco
1926-04-01 Fortaleza
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A Estátua de Sileno
Longo tempo no parque, entre a alegre verdura,
Às carícias do sol, na luz fina e fagueira,
Sileno, o velho deus, guardara a compostura
Firme na sua estátua, enramada em videira.
Mas um dia se espalma a asa pesada e escura
Da borraxa. Do céu vela-se a face inteira.
E um raio que desceu busca o parque, procura
A estátua e lança em terra o deus da bebedeira.
Ao tombar destronada, a figura grotesca,
Num acaso feliz, ficou mesmo com a cara
Encostada na relva umedecida e fresca.
Quem depois transitou por aquele caminho
Certamente pensou que o deus melhor ficara
Estendido no chão para curtir seu vinho!
Às carícias do sol, na luz fina e fagueira,
Sileno, o velho deus, guardara a compostura
Firme na sua estátua, enramada em videira.
Mas um dia se espalma a asa pesada e escura
Da borraxa. Do céu vela-se a face inteira.
E um raio que desceu busca o parque, procura
A estátua e lança em terra o deus da bebedeira.
Ao tombar destronada, a figura grotesca,
Num acaso feliz, ficou mesmo com a cara
Encostada na relva umedecida e fresca.
Quem depois transitou por aquele caminho
Certamente pensou que o deus melhor ficara
Estendido no chão para curtir seu vinho!
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