Ciência Humana

Sentindo quanto ardor um visionário sente,
Sonhando uma verdade ideal mas fugidia,
Segue o Homem, a lutar, por essa estranha via
Que liga o berço ansioso ao túmulo silente.

Perscruta, indaga, inquire e, dolorosamente,
Vacila a cada passo, e vaga em fantasia,
Pois a meta final é como a orla sombria
Do horizonte, que foge, inconstante, da gente.

Um momento parece alcançar o que quer;
Logo, porém, resvala, impróvido e impotente,
Num engano grosseiro e insólito qualquer.

E nessas mutações os dias se consomem...
Na dúvida consiste, inevitavelmente,
O resumo total de toda a ciência do Homem!

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