Diante do Mar

É janeiro. O claro
mês das marés
de sizígia.

Ontem,
a bolandeira circulou
a lua,

em sinal da proximidade
das chuvas.

Hoje,
sobre o mar,
as chuvas
vieram.
E os pescadores descansam
as quilhas.

— Os peixes
alumbram-se
com as águas doces.

Envolvem o mar
as escuras sombras
da noite.

Contudo,
em harmonias
o mar
tece os fios
de níveas rendas.

O farol
permanece atento,
indicando
os rumos.

E nós — amada
amiga,
nos enternecendo
ao som da onda,

da onda
alta,

com quem dividimos
a vigília.

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