Manoel Herzog

Manoel Herzog

14 setembro Santos, São Paulo
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FIM DE NOITE

Tão louco que a noite
Se esvai num minuto
Tão louco que escuto
Vozes que não ouço.

Tão louco que dentro
De mim grita um fauno
Que toca uma flauta,
Tão louco que é calmo

Tão louco que d’antes
Já fora de noite
Agora amanhece
E eu aqui, tão louco.

Louco fim de noite
No fim solitário.
Riam-se os malandros
Deste pobre otário.

Tão louco, maluco,
Caduco e demente
Cena deprimente
De final de festa

Tão louco me sinto
Doido quando todos
Ficaram caretas
E eu pareço um bobo

Que ainda me rio,
Que ainda, até, flerto,
Tão louco, coberto
Das razões da vida.

Tão louco me tenho
No final de tudo.
Todos se arrumaram,

E eu fiquei sozinho.
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