Potsdamer Platz
Na clareira aberta pelas bombas
Renzo Piano ergueu em memória
da Haus Vaterland um carrocel gigante
com tenda de circo e bazar de luzes:
numa redoma de vidro, a Kaisersaal
lembra uma gruta de anacoreta:
dos restaurantes, como corbelhas
acesas, olha-se o que há vinte anos
era uma forja: ia-se sobre sucata,
retorcida, oxidada, até plataformas
ver o outro lado: os lustres e lampadários
do café Josty numa galeria decorada
como um retábulo: atravessado pelo muro
e a ronda das sentinelas: viam-se na mira
das armas automáticas, vigiavam as hordas
de um e do outro lado da muralha
da China e o mundo suspendia-se do mover
dos seus dedos: numa cápsula de tempo,
sob o gibão listrado, este sonho de cenógrafo:
no globo da sibila as datas hão-se servir
muito tempo de enigma aos historiadores.
Renzo Piano ergueu em memória
da Haus Vaterland um carrocel gigante
com tenda de circo e bazar de luzes:
numa redoma de vidro, a Kaisersaal
lembra uma gruta de anacoreta:
dos restaurantes, como corbelhas
acesas, olha-se o que há vinte anos
era uma forja: ia-se sobre sucata,
retorcida, oxidada, até plataformas
ver o outro lado: os lustres e lampadários
do café Josty numa galeria decorada
como um retábulo: atravessado pelo muro
e a ronda das sentinelas: viam-se na mira
das armas automáticas, vigiavam as hordas
de um e do outro lado da muralha
da China e o mundo suspendia-se do mover
dos seus dedos: numa cápsula de tempo,
sob o gibão listrado, este sonho de cenógrafo:
no globo da sibila as datas hão-se servir
muito tempo de enigma aos historiadores.
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