Manuel Bandeira
Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho foi um poeta, crítico literário e de arte, professor de literatura e tradutor brasileiro.
1886-04-19 Recife, Pernambuco, Brasil
1968-10-13 Rio de Janeiro, Brasil
1885075
63
1774
Itaperuna
Primeiro houve entradas para pegar índio
Entradas para descobrir o ouro
Agora há entradas para plantar café
Um dia trouxeram da Martinica um soldadinho verde
O soldadinho juntou-se com a mulata roxa
E nasceu um exército de soldadinhos verdes
Os batalhões alinharam-se
Marcha soldado
Pé de café
E tomaram de assalto as baixadas as lombas as faldas e os contrafortes até o planalto.
Do meio deles
De Estrela boa estrela
Saiu o maior soldado brasileiro
Onde acampavam
Havia riqueza
Solares trapiches
Resendes Valenças Vassouras
Estradas reais calçadas com pedra
Os Tijucos do café
Com linhagens de barões estadistas que formaram gabinetes e deram lustre ao segundo reinado
Mas o amor do soldado derreia a mulata
O mau goza se satisfaz e
Marcha soldado
Pé de café!
Soldado gosta de mulher nova
Araçatubas de peito duro
Itaperunas de mamilo preto
Itaperuna!
Ponta de trilho da civilização cafeeira
Criação republicana e brasileira
Único município que não aderiu
Porque era republicano antes da República!
Ora esta eu agora me esqueci que não sou republicano
Ponhamos Itaperuna exceção republicana.
Desta república de paulistas baianos, paulistas pernambucanos e paulistas de Macaé!
Marcha soldado
Pé de café!
(Qual onda verde nada!
Batalhão é que é)
Batalhão de república militarista
Itaperuna exceção republicana
Itaperuna pacífica das pequenas propriedades
Das quatro mil oitocentas e seis pequenas propriedades registradas
Com os seus cinquenta e dois milhares de cafeeiros
A sua futura safra de um milhão e setecentas mil arrobas
Terra de José de Lannes
Bandeirante sem crimes na consciência
Itaperuna sem Rio das Mortes nem Mata da Traição
(Exceção republicana!)
Vértice do triângulo Itaperuna Araçatuba Paranapanema
Onde estão acampados os batalhões do café.
Marcha soldado
Pé de café
Se não marchar direito
O Brasil não fica em pé.
Entradas para descobrir o ouro
Agora há entradas para plantar café
Um dia trouxeram da Martinica um soldadinho verde
O soldadinho juntou-se com a mulata roxa
E nasceu um exército de soldadinhos verdes
Os batalhões alinharam-se
Marcha soldado
Pé de café
E tomaram de assalto as baixadas as lombas as faldas e os contrafortes até o planalto.
Do meio deles
De Estrela boa estrela
Saiu o maior soldado brasileiro
Onde acampavam
Havia riqueza
Solares trapiches
Resendes Valenças Vassouras
Estradas reais calçadas com pedra
Os Tijucos do café
Com linhagens de barões estadistas que formaram gabinetes e deram lustre ao segundo reinado
Mas o amor do soldado derreia a mulata
O mau goza se satisfaz e
Marcha soldado
Pé de café!
Soldado gosta de mulher nova
Araçatubas de peito duro
Itaperunas de mamilo preto
Itaperuna!
Ponta de trilho da civilização cafeeira
Criação republicana e brasileira
Único município que não aderiu
Porque era republicano antes da República!
Ora esta eu agora me esqueci que não sou republicano
Ponhamos Itaperuna exceção republicana.
Desta república de paulistas baianos, paulistas pernambucanos e paulistas de Macaé!
Marcha soldado
Pé de café!
(Qual onda verde nada!
Batalhão é que é)
Batalhão de república militarista
Itaperuna exceção republicana
Itaperuna pacífica das pequenas propriedades
Das quatro mil oitocentas e seis pequenas propriedades registradas
Com os seus cinquenta e dois milhares de cafeeiros
A sua futura safra de um milhão e setecentas mil arrobas
Terra de José de Lannes
Bandeirante sem crimes na consciência
Itaperuna sem Rio das Mortes nem Mata da Traição
(Exceção republicana!)
Vértice do triângulo Itaperuna Araçatuba Paranapanema
Onde estão acampados os batalhões do café.
Marcha soldado
Pé de café
Se não marchar direito
O Brasil não fica em pé.
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