José Miguel Silva
Poeta português dono de uma língua afiadíssima para o sarcasmo e ironia. Vive na pequena cidade de Serém, onde trabalha como tradutor.
Vila Nova de Gaia
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Centro Comercial
Irrompem no elevador. São quatro,
fogem de um, fecham-lhe a porta,
riem-se juntos. O outro, eixo moído,
embate na vida, força a entrada,
acaba no chão: eu não sei o caminho
de casa! De nada lhe serve chamar
as Erínias, largam a trote os netos
de Zeus, o vinho da força responde
por eles, esconde de todos a destruição.
E eu, o que faço? Não faço nada.
Um pouco mais velho, um pouco
mais sonso, tal como vós,
escolho o caminho da loja seguinte.
fogem de um, fecham-lhe a porta,
riem-se juntos. O outro, eixo moído,
embate na vida, força a entrada,
acaba no chão: eu não sei o caminho
de casa! De nada lhe serve chamar
as Erínias, largam a trote os netos
de Zeus, o vinho da força responde
por eles, esconde de todos a destruição.
E eu, o que faço? Não faço nada.
Um pouco mais velho, um pouco
mais sonso, tal como vós,
escolho o caminho da loja seguinte.
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