Soneto Áspero

(poema augusto / poesia dos anjos)

Noite de natal, e o mundo é piedoso.
Eu, estou só, no quarto de dormir.
A intermitente (ano não, dia sim)
bondade e caridade é-me demais.

Um papai-noel pousou-me na sorte,
e eu lhe disse, então: — Buuh, você é um saco!
Todos são felizes (na solidão,
eu velo o fim da neve de algodão).

Cheguei até aqui vivo — não sei
se sou melhor ou sou pior por isso.
Apenas, eu cheguei. De qualquer jeito,

hoje sei se ontem amei: não amei.
Burocraticamente, amei amém.
(Nisso, cheguei ao limite do spray.)

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