José de Anchieta
São José de Anchieta foi um padre jesuíta espanhol, um dos fundadores da cidade brasileira de São Paulo. Foi beatificado em 1980 pelo papa João Paulo II e canonizado em 2014 pelo papa Francisco, sendo conhecido como o Apóstolo do Brasil.
1534-03-19 San Cristóbal de La Laguna, Espanha
1597-06-09 Anchieta, Espírito Santo, Brasil
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A Santa Inês
I
Cordeirinha linda,
como folga o povo
porque vossa vinda
lhe dá lume novo!
Cordeirinha santa,
de Iesu querida,
Vossa santa vinda
o diabo espanta
Por isso vos canta,
com prazer, o povo,
porque vossa vinda
lhe dá lume novo.
Nossa culpa escura
fugirá depressa,
pois vossa cabeça
vem com luz tão pura.
Vossa formosura
honra é do povo,
porque vossa vinda
lhe dá lume novo.
Virginal cabeça
pola fé cortada
com vossa chegada,
já ninguém pereça.
Vinde mui depressa
ajudar o povo,
pois com vossa vinda
lhe dais lume novo.
Vós sois, cordeirinha,
de Iesu formoso,
mas o voso esposo
já vos fez rainha,
Também padeirinha
sois de nosso povo,
pois, com vossa vinda,
lhe dais lume novo.
II
Não é d'Alentejo
este vosso trigo,
mas Jesus amigo
é vosso desejo.
Morro porque vejo
que este nosso povo
não anda faminto
deste trigo novo.
Santa padeirinha,
morta com cutelo,
sem nenhum farelo
é vossa farinha.
Ela é mezinha
com que sara o povo,
que, com vossa vinda,
terá trigo novo.
O pão que amassastes
dentro em vosso peito,
é o amor perfeito
com que a Deus amastes.
Deste vos fartastes,
deste dais ao povo,
porque deixe o velho
polo trigo novo.
Não se vende em praça
este pão de vida,
porque é comida
que se dá de graça.
Ó preciosa massa!
Ó que pão tão novo
que, com vossa vinda,
quer Deus dar ao povo!
Ó que doce bolo,
que se chama graça!
Quem sem ele passa
é mui grande tolo.
Homem sem miolo,
qualquer deste povo,
que não é faminto
deste pão tão novo!
Imagem - 00570008
In: ANCHIETA. Poesias: manuscrito do século XVI, em português, castelhano, latim e tupi. Transcrições, trad. e notas M. de L. de Paula Martins. São Paulo: Comissão do IV Centenário da Cidade, 1954
Cordeirinha linda,
como folga o povo
porque vossa vinda
lhe dá lume novo!
Cordeirinha santa,
de Iesu querida,
Vossa santa vinda
o diabo espanta
Por isso vos canta,
com prazer, o povo,
porque vossa vinda
lhe dá lume novo.
Nossa culpa escura
fugirá depressa,
pois vossa cabeça
vem com luz tão pura.
Vossa formosura
honra é do povo,
porque vossa vinda
lhe dá lume novo.
Virginal cabeça
pola fé cortada
com vossa chegada,
já ninguém pereça.
Vinde mui depressa
ajudar o povo,
pois com vossa vinda
lhe dais lume novo.
Vós sois, cordeirinha,
de Iesu formoso,
mas o voso esposo
já vos fez rainha,
Também padeirinha
sois de nosso povo,
pois, com vossa vinda,
lhe dais lume novo.
II
Não é d'Alentejo
este vosso trigo,
mas Jesus amigo
é vosso desejo.
Morro porque vejo
que este nosso povo
não anda faminto
deste trigo novo.
Santa padeirinha,
morta com cutelo,
sem nenhum farelo
é vossa farinha.
Ela é mezinha
com que sara o povo,
que, com vossa vinda,
terá trigo novo.
O pão que amassastes
dentro em vosso peito,
é o amor perfeito
com que a Deus amastes.
Deste vos fartastes,
deste dais ao povo,
porque deixe o velho
polo trigo novo.
Não se vende em praça
este pão de vida,
porque é comida
que se dá de graça.
Ó preciosa massa!
Ó que pão tão novo
que, com vossa vinda,
quer Deus dar ao povo!
Ó que doce bolo,
que se chama graça!
Quem sem ele passa
é mui grande tolo.
Homem sem miolo,
qualquer deste povo,
que não é faminto
deste pão tão novo!
Imagem - 00570008
In: ANCHIETA. Poesias: manuscrito do século XVI, em português, castelhano, latim e tupi. Transcrições, trad. e notas M. de L. de Paula Martins. São Paulo: Comissão do IV Centenário da Cidade, 1954
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