Frederico de Castro

Frederico de Castro

Escuto o sentir das palavras e então esculpo-as nos meus silêncios, dando-lhes vida forma e cor. Desejo-as, acalento-as, acolho-as,embelezo-as sempre com muito, muito amor…

1961-06-20 Bolama
232231
6
35

O genoma da solidão



Em algum lugar do mundo fecundo uma
Molécula deste silêncio onde gesta uma
Hora pungente, impune, tão indigente

Recrio o genoma da minha solidão para
Que os genes dêem vida a cada palavra
Projectada na mais fiel e anatómica ilusão

Em coesão todos os beijos embebem-se
Do teu DNA num frenético e cromossómico
Lamento alimentando os cloroplastos do amor zigótico

E na réplica dos desejos recai em nós todo
Simbiótico momento de paixão recriando ali
Este osmótico momento de silêncio em explosão

Inútil e ferida a noite povoa todas os organitos do meu
Mundo poético procriando e alimentando aqueles centríolos
De solidão onde apascento cada ribossoma em servidão

Frederico de Castro
336
0


Prémios e Movimentos

PEN Clube 2013

Quem Gosta

Quem Gosta

Seguidores