O canto da harpia
Cansei de ser sereia.
Cortei os cabelos,
As unhas cresceram.
No lugar das escamas,
indecentes e fortes plumas,
em tons de branco e cinza.
No alto da cabeça,
a crista erotizada,
eriça ao menor ruído.
Abro imensas asas,
Solto um grito.
Os olhos, de repente,
enxergam além.
Cansei de afogar marinheiros,
de cantar para a morte
dos despenhadeiros
e das rochas frias.
Assim como um bebê
saído do ventre,
saúdo a vida.
Mergulho fundo
no azul salpicado de lilases
do fim do dia e,
renasço de manhãzinha,
embriagada pelo amarelo
Ouro
desse universo
selvagemente novo.
Cortei os cabelos,
As unhas cresceram.
No lugar das escamas,
indecentes e fortes plumas,
em tons de branco e cinza.
No alto da cabeça,
a crista erotizada,
eriça ao menor ruído.
Abro imensas asas,
Solto um grito.
Os olhos, de repente,
enxergam além.
Cansei de afogar marinheiros,
de cantar para a morte
dos despenhadeiros
e das rochas frias.
Assim como um bebê
saído do ventre,
saúdo a vida.
Mergulho fundo
no azul salpicado de lilases
do fim do dia e,
renasço de manhãzinha,
embriagada pelo amarelo
Ouro
desse universo
selvagemente novo.
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