Frederico de Castro
Escuto o sentir das palavras e então esculpo-as nos meus silêncios, dando-lhes vida forma e cor. Desejo-as, acalento-as, acolho-as,embelezo-as sempre com muito, muito amor…
Portefólio da esperança
Hoje deporto a alma deste corpo já sem chama
prefigurando o tempo de despedidas num cenário
onde sei sou o protagonista que clama
As palavras sei-as de cor e salteado
caiem estateladas em cada silêncio
que pressinto,sem patrocínio...ao abandono
Pelos atalhos desta vida descanso
minha saudade nas lembranças
lá vindo de longe embrulhadas
na caligrafia ou no portefólio das
nostálgicas esperanças
No movimento frágil dos meus sonhos
acordo a cada hora perdida numa
madrugada atónita
acomodando a legião dos desejos
ofegantes exibidos na ladainha destes
versos colhidos no destino hibernando
quietinho
drenando a frincha de tempo onde
sossego assim...clandestino
Fecharam-se as cortinas da manhã
onde filtrei as sombras convertidas
nesta fé confinada ao surtido de
todas as orações pintadas no
semblante deste testamento
iluminando as crenças inolvidáveis
confinadas na fronteira deste evento
entre o caminho a verdade e a vida
triunfando...inexoráveis no tempo
Frederico de Castro