Enide Santos
Dona de casa, artesã e mesmo tendo o ensino médio incompleto me atrevo a fazer
poemas. Seguindo assim um desejo incontrolável do meu sentir.
Epístola-21
São Paulo, 01 de setembro de 2015.
Epístola 21
Fragmentos de mim.
Enide Santos (Poções, 30 de outubro de 1968).
Decidi que não quero ir para sempre, e para isso me propus a criaro caminho que me fará permanecer, pois de alguma forma quero ficar.
Hoje tudo que tenho é tudo que sinto e é este o meupassaporte para alçar meu principal voo. A liberdade de estar depois de ir.
Para chegar onde quero preciso trespassar o tempo, necessito deconhecimento e principalmente da intimidade com o entendimento, porém jamaissaberei se cheguei, mas ao menos saberão que tentei.
O que mais me é necessário hoje é que me deem amanhã, hojeconvém plantar-me no futuro sem mim o qual jamais saberei se brotei.
Não quero apenas tornar-me leve e simplesmente ser levadapelos ventos, quero jazer-me em negrito ou itálico quero ser grifo.
Habita-me o conteúdo ao qual almejo aprimora-lo eintensifica-lo, para que não se desfaça facilmente.
Pretensão de minha parte? Sim, sei que sim, mas se eu nãofizer por mim como poderei dizer para que façam por si se é para isso queestamos aqui!
Nascer não é apenas para viver por viver, nascer é o principiode se fazer.
Neste contexto, dedico minha vida a construção de minhamorte, a sua eterna gestação de mim.
Enide Santos 01/09/2015.