Maria Antonieta Matos
Maria Antonieta Rosado Mira Valentim de Matos - MARIA ANTONIETA MATOS, nasceu em 1949 em Terena, Concelho de Alandroal e reside em Évora, Alentejo, Portugal
1949-01-09 S. Pedro de Terena - Alandroal - Evora
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JÁ TANTO OS MEUS OLHOS VIRAM…
Já tanto os meus olhos viram…
Contentes a encher a alma
Sorrindo imponentes a doce calma
Da merecida paisagem… a cintilar riram
Já tanto os meus olhos viram…
Entusiasmados, penetrantes
Desejosos que não passem
Esses instantes deslumbrantes
Já tanto os meus olhos viram…
Amargos, chorosos a reclamar
Do mundo aflito que desaba
Num vulcão a mergulhar
Já tanto os meus olhos viram…
Despedaçados sem luz
Ao ver incandescente rio
Descer o monte bravio
Carregar o medo e a cruz
Já tanto os meus olhos viram…
Já tanto os meus olhos viram…
Vi dentar o cume das árvores
Pelas águas revoltas da tormenta
Arrancarem por onde passam
As casas e a terra sangrenta
Vi veículos desorientados
Em correria sem tréguas
Galgarem barreiras como fardos
Tombarem em algares a léguas
Vi muita ansiedade e dor
Calamidades, suplício
Um sufoco emaranhado
Uma vida de sacrifício
Vi mulheres maltratadas
Como se fosse uma coisa
Sem direitos… Humilhadas
A um pequeno espaço, confinadas
Vi muita desumanidade
Sem vergonha… nem compaixão
Matar sem escrúpulos ou piedade
Por mitos de religião
Vi a natureza revoltosa
Por defesa de extinção
Zangar-se com a humanidade
Vestida de furacão
Vi a terra a estremecer
Cadáveres por toda a parte
Dos escombros, muito sofrer
Agonia, desespero, desastre
Vi a terra comer o mar
Um braseiro imparável
Uma cratera a fulminar
Na vastidão vulnerável
02-10-2021 Maria Antonieta Matos
Contentes a encher a alma
Sorrindo imponentes a doce calma
Da merecida paisagem… a cintilar riram
Já tanto os meus olhos viram…
Entusiasmados, penetrantes
Desejosos que não passem
Esses instantes deslumbrantes
Já tanto os meus olhos viram…
Amargos, chorosos a reclamar
Do mundo aflito que desaba
Num vulcão a mergulhar
Já tanto os meus olhos viram…
Despedaçados sem luz
Ao ver incandescente rio
Descer o monte bravio
Carregar o medo e a cruz
Já tanto os meus olhos viram…
Já tanto os meus olhos viram…
Vi dentar o cume das árvores
Pelas águas revoltas da tormenta
Arrancarem por onde passam
As casas e a terra sangrenta
Vi veículos desorientados
Em correria sem tréguas
Galgarem barreiras como fardos
Tombarem em algares a léguas
Vi muita ansiedade e dor
Calamidades, suplício
Um sufoco emaranhado
Uma vida de sacrifício
Vi mulheres maltratadas
Como se fosse uma coisa
Sem direitos… Humilhadas
A um pequeno espaço, confinadas
Vi muita desumanidade
Sem vergonha… nem compaixão
Matar sem escrúpulos ou piedade
Por mitos de religião
Vi a natureza revoltosa
Por defesa de extinção
Zangar-se com a humanidade
Vestida de furacão
Vi a terra a estremecer
Cadáveres por toda a parte
Dos escombros, muito sofrer
Agonia, desespero, desastre
Vi a terra comer o mar
Um braseiro imparável
Uma cratera a fulminar
Na vastidão vulnerável
02-10-2021 Maria Antonieta Matos
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