O misantropo
Um gelo, tão gelado, que ninguém tocaria.
Um calor, tão insuportável, que ninguém suportaria.
Os extremos da vivência que ninguém acompanhou.
Um niilista solitário que de nada amou.
O bolo sem recheio que ninguém comeu.
O abandono do mundo que me criaste o eu.
A esperança de um mundo melhor já se foi.
Foi-se na primeira vez que dissestes oi.
As risadas de amor, os sorrisos de favor.
Todos falsos, escondidos de favor.
A ampulheta do infinito, o oito do destino.
O eterno ciclo da vida sem sentido.
Uma espécie inteira vagando acometido.
Um ódio por querer se vomitar.
Ser melhor dos que os outros a vagar.
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